Esse post é a terceira (e última) parte de um artigo sobre como o empresário deverá, em 5 passos, construir uma força de personalidade que o permita alcançar o sucesso.
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Até agora já vimos os 4 primeiros passos:
Nessa continuação, veremos o quinto e último passo necessário para construção de uma personalidade fundada em virtudes.
O que encontraremos nesse post:
Ao longo dos anos assessorando empresários, essa é a principal característica comum que observei em quem construiu um negócio de sucesso.
Não é à toa que os romanos já reconheciam essa virtude dizendo que “a sorte favorece os audazes”.
A audácia é o agir com coragem e confiança diante de possibilidades aparentemente difíceis.
É engraçado como a audácia é uma semente que existe em cada empreendedor, do contrário não escolheríamos abrir um negócio no Brasil. Alta burocracia, carga tributária, injustiça do trabalho…
Mas, por alguma razão, uma vez com a empresa em operação, essa semente nem sempre vinga.
O que deve determinar se sereis audazes ou cautelosos diante de uma oportunidade não é o grau de sua dificuldade, mas sim o quanto ela se encaixa no seu projeto de vida.
A repetição desse comportamento de aceitar novos desafios que nos aproximam do nosso destino é algo externo que vai transformando o nosso interior.
Aos poucos, a cada empreitada, vamos nos tornando mais confiantes, mais resilientes, mais sagazes, vamos adquirindo uma maior inteligência emocional.
E acabamos nos tornando uma versão superior de nós mesmos. Nesse ponto, construir um negócio de sucesso é quase que uma consequência inevitável.
Apresente-se sempre na sua melhor versão.
Não é o advogado aqui querendo te colocar terno e gravata. Longe disso.
Mas é fato que as pessoas respondem a estímulos visuais. Portanto, esteja sempre bem apresentável e, a partir daí, as pessoas simplesmente deduzem autoridade.
É uma cadeia de eventos inevitável porque somos todos guiados por um viés de confirmação de nossas crenças.
O público costuma deduzir autoridade a partir da aparência.
Comportando-se como a autoridade que elas estão vendo, o viés é confirmado.
Portanto, aja como a pessoa que você quer se tornar.
Seja sempre educado com todos, mas seguro de si. Não adote um comportamento submisso achando que isso é sinônimo de educação.
Postura, voz firme e assertiva. Tudo isso vai construindo uma imagem que as pessoas admiram e confiarão em ti para concretizar seus negócios.
O psicólogo Jordan Peterson – em seu livro 12 regras para vida, um antídoto para o caos – determinou como uma das regras indispensáveis para uma vida organizada é o cuidado com a aparência e postura encaixada: queixo para cima, peito para frente e ombros para trás.
A percepção de todos que você é alguém sério, confiável, naturalmente trará novas oportunidades de negócios. E, assim, o sucesso vai sendo construído.
As pessoas costumam ser emotivas e dirigir suas condutas com base no que sentem.
Não os empresários de sucesso.
Esses aprenderam a agir conforme seu plano de vida, independente da crítica ou elogio que recebem.
Ao longo do nosso caminho escutaremos muitas críticas e elogios, tenhamos muito cuidado, ambos gerarão em nós – naturalmente – algumas emoções.
Mas precisa ser compreendido que estas emoções são apenas um sinal, não uma ordem. Não somos animais, logo, não há obrigação de acatar as emoções sempre.
A impassividade é a capacidade de ouvir os elogios e as críticas, sentir as emoções que elas naturalmente causam em um ser humano, mas não desviar seu caminho por isso. E sim continuar seguindo seu plano de vida em direção ao seu destino.
A mentalidade de sucesso é a supremacia da razão sobre a emoção. E não estamos aqui falando de uma desumanização ou de uma robotização, mas de autocontrole.
Há um ingrediente fundamental para o autocontrole: a calma.
A importância da calma para condução dos negócios é explicada por Warren Buffet e Charles Munger.
Os dois investidores mais bem sucedidos do mundo, ao explicar o que tinha acontecido com um terceiro sócio que não trilhou o mesmo caminho, explicaram que sempre tiveram a certeza que seriam ricos e, portanto, não precisariam de pressa.
Bastaria que continuassem trilhando o plano de vida desenhado e, inevitavelmente, chegariam ao destino sonhado.
Contam, no entanto, que esse terceiro sócio – tão inteligente e talentoso quanto eles – tinha um defeito: pressa. E que desejava ficar rico rápido.
Isso o conduziu a decisões equivocadas que lhe renderam uma chamada de margem e a necessidade de vender sua participação na Berkshire Hathaway para pagar a dívida contraída.
Sendo assim: calma na tomada de decisões.
Você não sabe o que você não sabe.
Há um mundo de oportunidades que sequer temos acesso simplesmente por não conhecer que ali há um desejo a ser satisfeito ou uma dor a ser sanada.
Uma das grandes características de um empresário bem-sucedido é a sua curiosidade com o mundo e a vontade de aprender.
O estudo do empresário parte de um princípio básico: observação e aprendizagem com a experiência alheia.
Os livros são justamente uma forma de aprendermos com a experiência alheia. Mas não são a única forma de se fazer isso.
Esteja sempre atento ao comportamento de todos, mostre-se disponível para ouvir a experiência de seus clientes, veja os problemas que seus concorrentes enfrentam…
São ferramentas que desbravam um mundo novo que sempre esteve ali e você nunca teve as ferramentas necessárias para acessá-lo.
Observe as dores e desejos existentes nesse mundo novo e esteja pronto para atendê-las.
Seus produtos ou serviços podem ter um público-alvo que você nunca imaginou e que, portanto, não tinha um canal de comunicação com eles.
A expansão do imaginário nos permite descobrir novos públicos e novos canais de comunicação o que, consequentemente, aumentará o faturamento.
Portanto, nunca pare de explorar o mundo com olhos atentos e observar a experiência alheia.
A fortaleza é proteção para nosso plano de vida. A força mental que manterá intacta nossa vontade de permanecermos firme nele e, com isso, alcançarmos o nosso destino.
É a coragem de conquistar coisas boas que são difíceis.
Vimos, quando da análise da insegurança, que o sucesso custa caro fisicamente e psicologicamente. A fortaleza é justamente a couraça que nos permite pagar esse preço. E o fazemos porque sabemos que, do outro lado, há uma vida melhor a ser vivida.
Muitas vezes seremos tentados a seguir caminhos mais fáceis, nos contentar com menos do que sonhamos, a ceder para vontades de curto prazo ao invés de perseverarmos na busca pelo nosso destino.
Fortaleza é a capacidade de dizer não para esses impulsos sentimentais. O traço de personalidade que permite, bravamente, adiar recompensas presentes em troca de conquistas melhores e maiores no futuro.
A fortaleza é o dom de renunciar a própria carne, que grita – todos os dias – pelos prazeres de curto prazo.
Não há um único homem bem-sucedido sobre essa terra que tenha alcançado seu destino sem abrir mão de prazeres presentes.
Saiba, então, caro leitor, que se desejas o sucesso de seu empreendimento deverá estar preparado para renunciar a muitos prazeres presentes. E isso significa uma só habilidade: saber dizer não.
Sem renúncia não há conquista. Tanto mais terá que renunciar, quanto maior for o destino que você sonha.
São Josemaria Escrivá nos ensina em seu livro caminho: “nenhum ideal se torna realidade sem sacrifício”.
Aprenda, portanto, dizer não para si mesmo.
A constância é o hábito de enfrentar e resistir.
São Tomás de Aquino, em sua Suma Teológica, ensina que a constância é a firme determinação de persistir guerreiramente quando nos aparecem obstáculos inesperados.
Caros leitores… quantas vezes num único dia o empreendedor não se depara com problemas que estavam fora do seu campo de previsão?
Todos os dias.
A constância (resistência a esses percalços) é um grande diferencial dos empresários de sucesso. Afinal, saber lidar com as surpresas da vida é a única forma de se manter são na loucura do nosso dia a dia.
O segredo para se manter firme diante das dificuldades rotineiras é apenas um: lembrar-se do seu destino e manter-se firme no seu plano de vida.
Perceba que destino e plano de vida não são conceitos hippies, e sim recursos psicológicos sérios sem os quais não temos força mental suficiente para enfrentar todos os problemas pelos quais uma jornada de sucesso nos obriga a passar.
Agora tem-se consciência dos vícios que precisam ser domados e das virtudes que precisam ser estimuladas.
De posse dessa informação, cabe agora a ação.
Aja. Aja muito. Mas sempre levando em conta o seu plano de vida; identificando onde estão seus vícios (e eliminando-os) e onde estão suas virtudes (e estimulando-as).
A partir de agora, você perceberá que cada vez que for agir um vício se manifestará porque isso ocorre de forma inconsciente. É a nossa natureza.
Contudo, agora você já tem o conhecimento para identificar isso.
E quando perceber a manifestação de um vício, substitua-o por um comportamento baseado nas virtudes.
E de novo.
E de novo.
E de novo.
Fazendo isso, com o tempo, você perceberá que seu comportamento deixa de ser naturalmente viciado e passa a ser naturalmente virtuoso.
Atingido esse ponto ótimo, mais vitórias que derrotas serão acumuladas e o sucesso dos seus negócios passará a ser questão de tempo.
“A maioria das pessoas prefere morrer a pensar” (Bertrand Russell, matemático e filósofo).
Se eu pudesse resumir todo esse artigo em apenas um conselho a ser dado para os meus clientes, seria:
Pense. Pensar o seu negócio é a única atividade fundamental que só você pode fazer. Todo o resto é delegável.
E aqui vai um passo a passo sobre as coisas mais importantes sobre as quais você deve meditar constantemente.
Claro que essas meditações são pessoais e vão moldando a sua mentalidade conforme você for se aprofundando e evoluindo. Há, ainda, a necessidade de pensar o seu negócio enquanto empresa.
Pensar o mercado no qual sua empresa está inserida; pensar os seus produtos ou serviços, como eles atendem a dor/desejo dos seus clientes; pensar os canais através dos quais você se comunica com seu público-alvo e como melhorar esse contato; pensar sua oferta de modo a tornar seu produto/serviço mais atraente; pensar o seu faturamento e formas de aumentá-lo; sobre as despesas e formas de diminuí-la; estratégias para conquistar marketshare; estratégias para aumentar o LTV e o NPS….
Mas todas essas reflexões são objetos de outro artigo, fique ligado no nosso blog e assine nossa newsletter para não perder as próximas postagens.